Estamos reafirmando aos poucos a natural ligação da ciência e a religião (não pelos seus aspectos dogmáticos, mas sim pela trajetória do homem em busca de algo maior) . Ao longo da história da humanidade, alguns filósofos “agarraram” essa relação de tal forma que fizeram-na simbolizar, sintetizar e resumir a própria “filosofia” como a sua expressão explícita. Assim foi com Bertrand Russel em “A Filosofia entre a Religião e a Ciência”, que apropriou à filosofia o domínio de um espaço entre as duas partes, chamando-a de “a terra de ninguém”.
Evidentemente que, para a época, era um caminho sensato, pois nossos pés alcançavam, palpavam uma ciência ainda rudimentar e nada, ou quase nada tecnológica, enquanto a religião era toscamente repassada de forma que pudesse ser compreendida pelos submissos e aprovadas pelo poder. Enquanto isso, a filosofia libertava os pensadores (até ultrapassarem a rude aceitação da época e serem finalmente encarcerados como loucos), mas realmente viviam num terreno neutro, é verdade.
Provavelmente, se vivesse hoje, Russel perceberia uma aproximação muito maior entre a Ciência e a Religião, de tal forma que a filosofia não teria mais aquele espaço, aquela terra de ninguém, aquele divisor de águas, mas passaria a estar dentro de cada uma delas e ao mesmo tempo, fazendo assim parte de um único corpo.
É assim que vejo o espaço da filosofia. Aplicável na ciência e na religião, caminhando em simultâneo, tanto em tempo quanto em movimento por ambos os terrenos. Como dois braços presos à um mesmo tronco, ligados à um mesmo cérebro que orienta, mas que sucumbem ao domínio vital do órgão pulsante e independente, o coração.
Portanto, se harmoniosa, essa conjugação acaba por nos dar um sentido que justifique finalmente tão efêmera vida. Precisamos da filosofia, da sua linguagem apropriada, racional e livre para traduzir com palavras o esforço desse trabalho conjunto, ciência e religião, e a possibilidade de nos aproximarmos de alguma verdade.
Diria que estamos mais próximos. As velhas religiões dogmáticas apenas, teóricas e surreais, estão em processo de falência e lutam apenas para angariar rebanhos perdidos, tantos os indecisos quanto os rudes, infernais e primitivos, tentando resgatá-los ou seduzi-los, a fim de conquistarem mais espaço e poder às suas pastagens, mas não conseguem captar os que querem se aproximar da verdade e que por isso se distanciam dos dogmas e,numa busca solitária, livre, ao mesmo tempo percebível e inexplicável vão encontrando algum sentido que, enfim, começam a utilizar. A sua própria consciência como leme pouco a pouco vai ampliando e descobrindo potenciais e riquezas. Saber e sabedoria começam a fazer parte de um mesmo corpo. Ciência e Religião. Partem “sozinhos”, mas muito melhor acompanhados.
Nesse compasso, a vida toma um novo sentido. A consciência de si próprio e a harmoniosa relação entre as partes traz claridade, mais certeza e uma satisfação inusitada. Membros, órgãos e sentidos provam, aprovam, reavaliam falhas, corrigem sistemas e seguem mais confiantes mesmo que sempre aprendizes. Não é fácil. Na prática são muitos os obstáculos à frente. Pessoas vem caminhando em sentido contrário ou há aquelas que simplesmente ficam paradas impedindo a sua passagem. É necessário um treinamento constante de autocontrole e acima de tudo de preenchimento para não sucumbir ao desânimo. Domínio do tempo e valorização do mesmo (não quer dizer que a vida passa a ser um esquema, um cronograma neurótico e detalhista de atividades intelectuais), mas a consciência saudável informa e a comunicação se torna mais clara. O seu “eu” se torna mais audível, aos poucos passa a ser mais entendido e, por fim, descobre-se como melhor atendê-lo. Quanto mais próximos desse objetivo, mais produtivos e satisfeitos ficamos. Exatamente as metas propostas pela ciência e a religião, respectivamente.
Os acontecimentos à volta, sejam eles acidentes físicos, psicológicos, ou de qualquer outra natureza continuarão acontecendo, não podemos fechar os olhos ao sofrimento alheio quando nos deparamos com as constantes desgraças e as injustiças que hoje são mais visíveis do que já foram antes, mas devemos ter consciência também dos limites que as próprias pessoas impõe à elas mesmas e respeitar à natureza individual e coletiva. Estamos diante de um momento onde as percepções devem ser mais afiadas e o trabalho da ciência e a religião deve ser aprimorado individualmente.
Pouco a pouco as pessoas que estão se integrando nessa nova evolução, construindo a sua própria filosofia, mesmo que sozinhas, aumentarão em número e formarão um grupo maior mais fortificado em todos os aspectos da vida.
O importante é entendermos que essa nova possibilidade é mais racional e verdadeira, basta despirmos conceitos ultrapassados, ficarmos mais em silêncio, observarmos, meditarmos e nos colocarmos mais à disposição de nós mesmos.





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